Gestão do Conhecimento

Videogames e educação: muito além do Mário

Videogames e educação: muito além do Mário

As pessoas gastam cerca de oito bilhões de dólares de verdade por ano comprando itens virtuais que existem somente dentro dos videogames. Parece loucura gastar 330 mil dólares reais em um asteroide do jogo Entropia Universe? Sim, há gente disposta a isso. Quem confirma é Tom Chatfield, teórico de games. Ele acredita que a lógica utilizada nos videogames pode ajudar a desenvolver habilidades em nosso cérebro. Muitos devem estar se perguntando por que as pessoas gastariam tanto dinheiro em coisas que só existem virtualmente. Criou-se certo preconceito acerca dos jogos e o dos efeitos que eles podem provocar nos jogadores. Mas há algo nos videogames que tem chamado a atenção de profissionais de diferentes áreas, que é a forma como as pessoas engajam-se nessas plataformas, a ponto de gastarem tanto tempo e dinheiro. Essa fascinação deu origem aos processos de “gamification”.

O que é Gamification?

O gamification utiliza a mecânica dos videogames (pontos, premiações, competições), em ambientes fora do contexto dos jogos, em busca do engajamento do público por meio de (ou para a) solução de problemas. Esse modelo instiga duas fortes características do ser humano: a cooperação e a competitividade. A gamificação está implícita em nossa vida. Não é difícil pensar que “gamificamos” muitas coisas em nosso cotidiano. No trabalho, quando nos empenhamos em uma tarefa para conseguir aquele reconhecimento, visando subir de cargo (passar de nível). Ou quando estudamos muito para poder fazer aquele prova (enfrentar o ‘chefão’).

Essa prática tem sido utilizada por empresas na busca pelo engajamento de seus clientes. Quando aplicadas em ações corporativas, as mecânicas de jogos ajudam a estabelecer uma relação com diferentes públicos. Podemos ver isso em programas de relacionamento, tais como a Rede Ciser, que busca disseminar o conhecimento e oferece recompensas aos participantes mais engajados (que consomem e compartilham conteúdo).

Gamification e educação

Além das soluções corporativas, a educação também tem muito a ganhar com o gamification. Já debatemos aqui sobre como os métodos educacionais precisam configurar-se à era do conhecimento. Kevin Mclaughlin é um educador que dedica-se a trabalhar metodologias pedagógicas utilizando as possibilidades oferecidas pela tecnologia. Em seu blog, ele fala sobre algumas regras de engajamento necessárias na aplicação do gamification na educação:

  • Construa uma história envolvendo personagens que os alunos podem se relacionar. Eles amam as lutas pelo poder, mistério, aventura, suspense, ação.
  • Deixe os alunos aprenderem por si mesmos. É difícil, mas uma parte essencial é que a classe pode descobrir soluções por meio da colaboração coletiva.
  • Não tenha medo de incluir questões desafiadoras e investigações.
  • Inclua níveis de desafio que poderão envolver todos os alunos, independentemente da sua capacidade.
  • Permita que eles retornem às fases do jogo para reproduzi-lo. Assim como em jogos reais, a repetição oferece ao jogador a chance de aperfeiçoar suas habilidades.
  • Pontos são importantes, projete quantos pontos cada parte do jogo eles terão que conseguir. Quando a classe atingir a pontuação, ofereça recompensas.

A seguir, você terá contato com uma experiência emocionante que vai mudar sua visão de “se” para “como” os games podem mudar o mundo. Conheça John Hunter e o jogo da Paz Mundial.

E é claro que, em tempos de revoluções digitais, não podemos ignorar as possibilidades do gamification na educação potencializado pelas tecnologias de comunicação. Essa combinação (gamification + educação + tecnologia) proporciona uma perspectiva de aprendizado com poderosos níveis de alcance, colaboração e engajamento. 

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