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Do rádio à multimídia: confira a evolução da música

Do rádio à multimídia: confira a evolução da música

No princípio, a música era apenas ela – acompanhada de uma boa melodia e voz, claro. Esse pequeno conjunto bastava para despertar emoção e alegria, cair nas graças do público e fazer sucesso. Sem dúvidas que nessa longínqua época existiam muitas pessoas e empresas que ganhavam dinheiro com isso: a venda de música. Mas o tempo passou, o mundo começou a ficar mais visual e a indústria fonográfica precisou evoluir.

Essa evolução foi aprimorando-se e crescendo até que os videoclipes começaram a despontar e ganhar cada vez mais espaço na apresentação das músicas. O ápice dessa nova era foi Thriller, de Michael Jackson. Um videoclipe em formato de curta-metragem que revolucionou a forma de apresentar as músicas e marcou época.

A partir de então, tornou-se comum bandas e cantores investirem em superproduções para dar uma versão visual aos lançamentos fonográficos. Eles divulgavam as músicas, além das rádios, também nas TVs, e estes exemplares tornaram-se os primeiros da música multimídia.

Conforme o tempo foi passando, até mesmo os videoclipes tornaram-se ineficazes para alavancar o sucesso das músicas. O advento da internet fez com que a lucratividade da indústria fonográfica fosse, aos poucos, caindo, obrigando empresários e artistas a escolherem entre dois caminhos: ou a viralização, que cria fenômenos instantâneos, mas rapidamente esquecidos; ou a inovação, que usa justamente a tecnologia e as plataformas multimídias para estreitar a comunicação com o público em diversos ambientes.

A cantora islandesa Björk, por exemplo, produziu seu disco Biophilia inteiramente no iPad, para que os ouvintes pudessem interagir com as músicas, criar as próprias melodias em torno de sua voz e ainda explorar informações sobre cada canção, de acordo com os assuntos aos quais se relacionam.

Já Lady Gaga lançou em novembro do ano passado, juntamente com seu mais recente álbum, o ARTPOP, um aplicativo para smartphones com o mesmo nome do disco. Nele, os usuários podem conectar-se à Little Monsters – uma rede social para os fãs da cantora, onde eles podem manter contato entre si e com a própria Gaga –, além de comprar e ouvir o disco via iTunes, criar um perfil para interagir com outros usuários do app e com a cantora, além de duas funcionalidades que devem ser ativadas a partir de março, quando será possível remixar as músicas do álbum, brincando de DJ, e assistir a vídeos pessoais exclusivos de Gaga.

Ainda que essas iniciativas sejam importantes para consolidar o lugar dessas cantoras e de tantos outros músicos num espaço tão competitivo quanto a indústria fonográfica, elas não são suficientes para frear o vazamento dos álbuns antes do lançamento, o que prejudica as vendas, a lucratividade e inutiliza muitas dessas alternativas para garantir sucesso de público.

Quem conseguiu driblar a frustração de ver o seu trabalho na internet antes do lançamento oficial foi a norte-americana Beyoncé. Para isso, a cantora fez uma parceria com o iTunes e pôs à venda no dia 13 de dezembro do ano passado seu mais recente álbum, de surpresa, sem divulgação prévia, sem pré-venda e sem enviar o trabalho para apreciação dos críticos de música. E não só isso: juntamente com as 14 músicas inéditas, a cantora divulgou 17 videoclipes, garantindo a versão visual das canções. O sucesso foi estrondoso: Beyoncé bateu o recorde de vendas no iTunes e vendeu, em sete dias, mais de 820 mil cópias digitais só nos Estados Unidos.

Até houve desavenças entre algumas lojas dos EUA que comercializam o CD físico e Beyoncé, porque a estratégia prejudicou as vendas fora da internet. Mas isso não abalou a repercussão da forma de lançamento e muito menos o sucesso do novo trabalho da cantora.

Claro que nessa breve história que contamos aqui há muitas outras coisas envolvidas, mas o que foi dito já nos permite fazer uma importante reflexão: tudo está em transformação, por mais saudosistas que muitos apreciadores da música sejam. Vai vencer – e permanecer – quem souber usar a tecnologia a seu favor, sem perder de vista a qualidade do trabalho.

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